terça-feira, 21 de agosto de 2012

VINDE PAIS, VINDE MÃES, VINDE FILHOS...

      Aconteceu entre os dias 11 e 27 de junho, a 3ª etapa das Santas Missões Populares Redentoristas em Boituva, São Paulo.  Os missionários convidaram os noviços para o encerramento que se deu no dia 27 de junho. Chegamos cedo à cidade e logo nos deparamos com um grande grupo de pessoas vindo de uma das comunidades da paróquia. Empunhando bandeiras vermelhas, entoavam um canto. Sorrisos estampados nas faces revelavam a alegria de celebrar mais uma etapa da missão que se cumpria. Acabamos acompanhando o cortejo até a praça onde já estavam concentradas outras comunidades. A cada grupo que chagava, o povo reunido o acolhia com muita festa.
       A Celebração Eucarística iniciou-se por volta das 9h30, revestida de uma energia contagiante. Imbuídos do Espírito de Deus, todos balançavam as bandeiras com o vigor de uma comunidade reanimada na fé e na esperança. A pregação do Pe. Galvão foi extraordinária, relembrando o sentido maior da missão e a necessidade de fazer da própria história o discipulado de Jesus e, é claro, contando com a intercessão da Imaculada Virgem Maria, nossa sempre mãe.
     Um momento certamente emocionante deu-se quando os homens foram convidados para levarem o cruzeiro até a porta da Matriz, onde ele seria erguido. Medindo cerca de 13 metros, a primeira impressão foi a de que não conseguiríamos carregá-lo, mas a união das forças tornou a tarefa relativamente fácil. Em uma marcha missionária, carregando tão grande símbolo da nossa fé, fomos até o local onde seria levantado.
      Após solene oração, o cruzeiro começou a ser erguido ao toque do silêncio. A comunidade de fiéis, reunida, observava. Alguns se comoveram com a beleza do momento e choraram. Choro de alegria, de gratidão pelo trabalho em conjunto com os missionários. Certamente aquele cruzeiro será a marca de um compromisso firmado pela comunidade de serem missionárias nos trabalhos pastorais e na vida de cada um que integra aquela paróquia.                                                                   
                                                                            
                                                                    Heliomarcos Costa Ferraz

História do Noviciado Redentorista (parte II)

     Desde o início dos anos 60, discutia-se a ideia da supressão da casa de Pindamonhangaba. Tal decisão ocorreu em agosto de 1966, sendo, então, o noviciado transferido para Tietê, SP, na antiga casa do estudantado. Ao mesmo tempo em que isso ocorria, a Igreja, como um todo, era sacudida pelos bons ventos do Concílio Vaticano II, que trouxe muitas mudanças para a estrutura e organização da vida eclesial. Essas mudanças também ocorreram na Congregação do Santíssimo Redentor, que precisou passar por um processo de renovação. O antigo modelo de noviciado funcionou ainda em Tietê para as turmas de 1966 e 1967.
     Este período foi marcado por muitas dúvidas sobre a maneira de como proceder ou de onde situar o noviciado: se antes dos estudos filosóficos ou se depois deles. Assim, no ano de 1968, fez-se uma experiência com o grupo de 19 seminaristas que terminaram o colegial e foram direto para a filosofia, sem fazer o noviciado, passando apenas por um breve período de preparação e mesclando os estudos de filosofia com momentos de formação religiosa e de espiritualidade. Ao final desse processo, eles fizeram um noviciado de seis meses – essa experiência se chamou “Tempos Fortes”. Em suma, o ano de 1968 foi um período de reflexão sobre como pensar o noviciado dentro de um novo contexto.
      No ano de 1969, ocorreu uma nova mudança de local do noviciado, tendo sido transferido para Potim, SP, onde atuou, como mestre, o Pe. Amador Leardini, que implementou algumas mudanças na formação tradicional, agregando novos elementos trazidos pelo Concílio Vaticano II  e dando maior atenção à formação humana dos noviços.  Assim, Pe. Leardini procurou um meio-termo entre as antigas tradições redentoristas e as novas propostas trazidas pelo Concílio.
      No final do ano de 1969, Pe. Leardini foi eleito Superior Provincial. Para seu lugar, foi indicado o Pe. Júlio Negrizollo, que assumiu como mestre de noviços a partir de 1970. Por um aspecto, ele continuou na linha do antigo mestre, permitindo aos noviços lerem jornais e revistas, assistirem à televisão entre outras atividades. Mas, por outro, no que se referia aos conteúdos essenciais do noviciado, Pe. Negrizollo foi bastante rígido, optando pela linha tradicional de observâncias dos horários, recolhimento, orações e mortificações. Isso provocou alguns descontentamentos entre os noviços, que chegaram até divulgar um manifesto contra os procedimentos do mestre.  
      Em 1971, tendo ainda como mestre o Pe. Júlio Negrizollo, houve uma nova transferência de local do noviciado, indo para Sacramento, MG. Ao mesmo tempo, também se criou outro noviciado em Aparecida, SP, no Seminário Santo Afonso, para os estudantes que haviam passado pela experiência dos “Tempos Fortes” e feito a Filosofia antes do noviciado; foi mestre deste grupo o Pe. Silvério Negri. 
     Muitas das incertezas sobre como situar a etapa do noviciado naqueles tempos de renovação foram esclarecidas, em parte, pela Sagrada Congregação para os Religiosos, que, em 1969, promulgou a Instrução “Renovatio Causum”, em que podiam ser encontradas algumas orientações sobre o noviciado e sua organização. Após muitas discussões na Província, durante os anos de 1970 e 1971, ficou estabelecido que o noviciado deveria ocorrer após a Filosofia e antes da Teologia. Vários foram os motivos para essa decisão, que não foi unânime, pois havia o medo, por parte de muitos, que isso acarretasse a perda de boas vocações, etc. E, exatamente por discordar dessa decisão, a Vice-Província de Brasília (hoje Província de Goiás), criou seu próprio noviciado, em 1972. Devido a essa nova organização, nos anos de 1972, 1973 e 1974, não houve noviços clérigos na Província de São Paulo.   
     Terminada essa fase de transição, a Província Redentorista de São Paulo optou mais uma vez pelo meio termo, pois resguardou e fortaleceu as antigas tradições Redentoristas herdadas dos alemães e implementou mudanças e inovações de modo progressivo e gradual, sem grandes rupturas. Essa postura se mostrou muito acertada, visto que a Província passou por todo esse processo sem ter em seu seio grandes crises ou dificuldades, situação que não aconteceu em outras Províncias Redentoristas do Brasil.
      Entre os anos de 1974 e 1976, o noviciado esteve localizado no Convento do Jardim Paulistano, em São Paulo: no ano de 1974, somente para os candidatos a irmãos e, a partir de 1975, também a clérigos. Uma característica daquele período foi a existência de uma equipe de mestres de noviços. No ano de 1977, o noviciado foi transferido novamente, para São João da Boa Vista, SP, onde permaneceu até 1984. Finalmente, em 1985, o Noviciado retornou a Tietê, SP, onde permanece até os nossos dias sob a proteção de Santa Teresinha.
      No final desta pequena recuperação histórica da etapa do noviciado, na Unidade Redentorista de São Paulo, percebemos que, desde os 5 primeiros brasileiros noviços, que iniciaram seu noviciado sob a orientação do Pe. Lourenço Hobbauer, em 1906, até aos dias atuais, vemos uma forte raiz de espiritualidade, que envolve esse tempo daqueles que almejam a vida religiosa consagrada Redentorista. Uma espiritualidade que não está somente voltada para dentro da própria Congregação, mas também para a formação de missionários que, em diferentes tempos e de diversos modos, sejam capazes de levar adiante o projeto de Afonso, continuado por Geraldo, Clemente, Neumann, pelos treze pioneiros bávaros que aqui chegaram, por nós hoje e por aqueles que virão depois de nós.       
    Daniel Benedito Antônio dos Santos Siqueira

A Vocação do Irmão Redentorista

Vocação é dom de Deus!
      Todos nós somos vocacionados do Pai e nos unimos a Ele para uma grande missão: sermos sua presença viva no meio em que estamos inseridos.
      Se formos vocacionados do Pai, somos por excelência missionários e, sendo missionários, somos irmãos pelo sacramento do batismo. Entretanto, existem aqueles que querem ser esta presença viva, assumindo a vida religiosa de uma maneira diferente, como irmão consagrado.
     A Congregação do Santíssimo Redentor tem a graça de contar com homens que assumem um jeito distinto de ser dentro da missão. Da mesma forma que os missionários presbíteros, esses irmãos professam os votos de pobreza, obediência, castidade e perseverança. São religiosos e missionários, mas se colocam, a serviço, de modo mais livre, mais aberto ao contato com o povo, enquanto o padre está mais voltado a ministrar os sacramentos.
      Desde suas origens, a Congregação conta com a presença desses irmãos. Homens de fé, de dedicação exemplar, que não só vestiram o hábito redentorista, como também assumiram a missão da Congregação, sendo presença viva no meio do povo.
      O primeiro desses homens foi Vito Curzio. De formação nobre, era vice-marquês, quarto grau da nobreza. Em título, era mais que o fundador da Congregação, Afonso de Ligório, que também era de origem nobre. 
     Certo dia, Vito sonhou que tentava subir um morro e, não conseguindo, foi ajudado por um padre que lhe ofereceu a mão, levando-o até o topo. Dias depois, partiu em viagem a Nápoles e, lá chegando, encontrou-se com um padre e reconheceu ser ele o mesmo de seu sonho. Após esse sinal de Deus, Vito abandona tudo e entra para a Congregação, dez dias depois de sua fundação, tornando-se, assim, o primeiro irmão redentorista. Homem que se fez missionário no trabalho, na oração e no compromisso.
São Geraldo Magella
     No decorrer da História, muitos outros contribuíram na missão como São Geraldo Magella, que fugiu de casa para entrar no seminário dizendo “vou para me tornar Santo” e realmente alcançou seu ideal. Foi um homem de oração, humilde e obediente ao chamado de Deus que se fez grande entre os pequenos.
      Outra presença forte, sinal de Deus na C.Ss.R, principalmente por meio da arte sacra, foi o irmão Bento. Pinturas, imagens, altares foram muito bem trabalhados por esse talentoso homem e colocados em função da missão e da evangelização pela arte. Longe de sua terra natal, foi missionário em terras brasileiras.
       A vida, o testemunho e o exemplo desses e de muitos outros irmãos redentoristas ajuda-nos a alimentar nossa vocação e vislumbrar novos horizontes. Motiva-nos a continuar a mesma missão da qual participaram, assumindo com radicalidade o compromisso da unidade, da formação contínua e da evangelização. Impele-nos também a dispor com gratuidade nossos dons em favor do corpo missionário da Igreja que trabalha seguindo o mandato do próprio Cristo: “Ide por todo mundo!”                     
                                               
                                                     Joaquim Acassio

O NOVICIADO

     O Noviciado é um tempo especial de experiência de Deus que se manifesta de um modo especial na oração pessoal, comunitária, meditação, retiros, e na convivência fraterna, porque como Redentoristas somos chamados a viver e trabalhar juntos na Missão. Tem-se também um conteúdo programático referentes à Vida Religiosa em geral e a específica Redentorista que são ministrados por nossos confrades e outras pessoas que tem especialidade no campo da Vida Religiosa.
      O nosso Blog Informativo do Noviciado em Tietê tem como objetivo partilhar os acontecimentos mais marcantes de tempos em tempos.
       Esperamos que estas notícias que serão dadas por alguns de nossos noviços agradem a todos e assim estejamos ligados uns aos outros no mesmo objetivo da Copiosa Redenção.
                                                                        
                                                Pe. José Antônio Dal Bó Giovanetti C.Ss.R.
                                                                    Mestre de Noviços


segunda-feira, 30 de abril de 2012

HOMENAGEM PÓSTUMA AO PE. MATIAZZI


Pe. Mauro José Matiazzi CSSR
Neste espaço prestamos homenagem a nosso vice-mestre, o Pe. Mauro José Matiazzi. Com profundo lamento, no dia 28 de março, anunciamos e nos unimos em prece em agradecimento pela vida deste ardoroso missionário de Nossa Senhora.

Pe. Matiazzi foi internado por problemas cardíacos no Hospital Paulistano no dia 23, em São Paulo, e após sofrer dois enfartos, veio a falecer. Tinha 63 anos de idade e 31 de sacerdócio. Na Missa de corpo presente, dia 29, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, estiveram presentes seus familiares, amigos, vários Missionários Redentoristas.

Nós do Seminário Santa Teresinha, bendizemos a Deus pelo testemunho alegre e sincero deste missionário no anunciar a Boa Nova. É com muito carinho que guardamos no coração suas tocantes pregações seguidas sempre de uma canção popular, para que todo povo participasse com intensidade na santa Missa.

Nas poucas aulas e reuniões que tivemos com nosso vice-mestre, ele demostrava o quanto era feliz em ser redentorista. Contou-nos sua trajetória de vida, fatos ocorridos nas Santas Missões e de outras frentes de trabalho. Com aquele vozeirão, sempre bem extrovertido e com muita simplicidade ele manifestava sua amizade e carinho com cada um que cruzava seu caminho.

Ao estimável vice-mestre, nosso agradecimento por seus grandes feitos à Igreja e ao povo de Deus. O que nos conforta é sabermos que isso não é um adeus, pois a esperança da ressurreição é certa. Deus o tenha, junto a Mãe Aparecida e de Santo Afonso Maria de Ligório. Que o Consolador prometido conforte nossos corações porque “preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos” (Sl 115, 15).
                                                                                                                              Reinaldo Beijamin


PROFISSÃO RELIGIOSA

Aconteceu em Telêmaco Borba, no dia 4 de fevereiro de 2012, a profissão religiosa do Ir. Fernando B. Cordeiro.  Foi uma bela celebração, com significativa participação do povo, sendo que, nos dias que antecederam a profissão, ocorreu também um tríduo em preparação para a celebração dos votos. Estavam presentes os membros da Unidade de Campo Grande, de São Paulo e alguns religiosos de outras congregações.

Contente com a celebração presidida pelo Superior provincial de Campo Grande, padre Joaquim Parrom, inferiu Fernando: “Todo o processo de discernimento que fiz no noviciado, desde a preparação à evolução espiritual, tudo é para mim uma base forte e firme de minha vocação e agora dos meus votos. Peço a Deus que eu nunca esqueça a experiência do noviciado, pois conservando a proposta do noviciado dentro de mim, nunca perderei o vigor missionário necessário à Missão Redentorista.”

Peçamos a Deus e a que abençoe os neo-professos de todas as nossas unidades, para que sejam no mundo redenção para todos os abandonados. Que Santo Afonso, São Geraldo e Nossa Senhora, a Mãe do Perpétuo Socorro, intercedam por todos os redentoristas, a fim de que sejam fiéis ao carisma da Congregação.      
                                                                                                                                    Oliton Ferreira Gomes

NOVOS MISSIONÁRIOS

Inspirados e fortalecidos pelo Espírito Santo, empenham-se os Redentoristas para chegar à total doação de si, para serem eles mesmos, por Cristo, como que uma resposta ao Senhor que “os amou primeiro” (1Jo 4,10). Essa resposta, expressam-na pela profissão dos votos de castidade e pobreza e obediência.” (Constituição 56)


No dia 22 de janeiro de 2012, tendo completado o período de um ano que compreende a etapa do noviciado, emitiram os primeiros votos diante do superior da Unidade de São Paulo, Pe. Luís Rodrigues, os jovens Gustavo Henrique da Silva, João Paulo de Oliveira Ramos, João Paulo de Oliveira, Marcelo da Rosa Magalhães, Ronan Henrique de Borba, Max Félix Monteiro e Valdinei Aparecido da Silva, candidato à vida consagrada religiosa como irmão redentorista. Professou-se também o candidato a irmão, Humberto, da Unidade de Porto Alegre ante seu Superior  Pe. Danilo Bulegon.  

A celebração ocorreu no Santuário Santa Teresinha, na cidade de Tietê, contando com a presença dos familiares dos professandos, dos novos noviços, padres e irmãos das Unidades de São Paulo, Campo Grande e Porto Alegre, como também de leigos tieteenses e de Campinas.

A primeira profissão religiosa com a emissão dos votos temporários descortina para o neo-professo uma experiência mais intensa da dinâmica da vida comunitária, bem como da vida religiosa consagrada redentorista a fim de incorporá-lo gradativamente à Congregação, para viverem no espírito dos conselhos evangélicos. “Quando estiverem suficientemente maduros e firmes nessa forma evangélica de vida, consagrar-se-ão mais perfeitamente à missão de Cristo Redentor na Congregação, pelos vínculos dos votos de castidade, de pobreza e de obediência.” (Constituição 86) Os votos emitidos tem validade de um ano, sendo renovado após o término desse período.           

Peçamos a Deus que os abençoe nesta nova etapa ajudando-lhes a viver com intensidade os votos emitidos. Possa Jesus Redentor cumulá-los dos dons necessários para melhor servirem aos fiéis que futuramente lhes serão confiados a orientar, continuando assim a missão iniciada por Afonso Maria de Ligório.
                                                                                                                                    Henrique César


domingo, 18 de março de 2012

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA

Ó Maria Santíssima, que em vossa imagem milagrosa de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número dos vossos servos, mas desejando participar dos benefícios da vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis. Consagro-vos a língua, para que sempre vos louve e propague a vossa devoção. Consagro-vos o coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-nos, ó Rainha incomparável, no ditoso número dos vossos servos. Acolhei-nos debaixo da vossa proteção. Socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e temporais e, sobretudo, na hora da nossa morte. Abençoai-nos ó Mãe celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e render-vos graças no céu, por toda a eternidade.  Assim seja!


PELA INTERCESSÃO DE
NOSSA SENHORA APARECIDA,
RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL,
A BÊNÇÃO DE DEUS ONIPOTENTE,
PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO,
DESÇA SOBRE VÓS E PERMANEÇA SEMPRE.
AMÉM!

HISTÓRIA DO NOVICIADO REDENTORISTA (1906 - 1966)

 
A presença dos Redentoristas no Brasil tem seu início com a chegada dos Holandeses ao Rio de Janeiro e Minas Gerais, em 1893, e com os Alemães em São Paulo e em Goiás no ano de 1894. Durante certo tempo, não houve o cuidado ou a preocupação em cultivar vocações da terra, pois era parte de mentalidade da época a ideia de que os brasileiros não serviam para serem padres ou religiosos, tornando-se impossível a construção de casas de formação em terras brasileiras.

Apesar da resistência por parte de alguns dos missionários, os alemães foram os primeiros que se propuseram a investir e trabalhar na formação de redentoristas brasileiros, criando em 1898 o Seminário Santo Afonso, em Aparecida, SP. Já os missionários holandeses do Rio e Minas Gerais fundaram sua primeira casa de formação no Brasil somente no ano de 1924. Antes disso, quando existiam candidatos mineiros e cariocas à vida religiosa redentorista, estes eram enviados para estudar em Aparecida, SP.

No final do ano de 1905, os primeiros estudantes do Juvenato Santo Afonso concluíram o tempo de formação no seminário menor – que naquela época durava em torno de sete anos – deveriam ir, então, para o Noviciado, que neste tempo ocorria antes dos estudos filosóficos e teológicos.

Pe. Lourenço Hobbauer
Após algumas discussões, o Superior Geral, Pe. Mathias Raus, determinou que o Noviciado fosse instalado no convento redentorista situado na Penha, em São Paulo, como de fato aconteceu, e no 3 de maio de 1906, fez-se a abertura do primeiro Noviciado da então Vice-província de São Paulo. Eram cinco os candidatos, tendo como mestre o Pe. Lourenço Hobbauer. Importante ressaltar que, desde 1896, já existia um Noviciado primeiro em Campininhas de Goiás e, depois, em Aparecida, SP, destinado aos candidatos a Irmãos Leigos.

O Noviciado na Penha funcionou por apenas um ano, sendo transferido para Aparecida no ano seguinte, onde permaneceu até 1913, quando foi transferido para Bom Jesus dos Perdões – SP, funcionando no convento anexo à igreja até 1920, retornando novamente para Aparecida, SP. Em Aparecida, os noviços instalaram-se no chalé nos fundos do Convento, ao lado da Basílica Velha, e foram mestres de noviços, durante esses anos, os padres: Roberto Hansmair, Lourenço Hobbauer e Francisco Alves.  A constante movimentação de pessoas que existia em Aparecida tornava, por vezes, inviável a presença do Noviciado na cidade. Por esse motivo, novamente, pensava-se em transferir o Noviciado para outra localidade.

Pe. Francisco Alves C.Ss.R.
A ideia de transferência concretizou-se somente em 1928, quando a então Vice-província adquiriu uma chácara na cidade vizinha de Pindamonhangaba – SP, e para lá transferiu seu Noviciado em 1929, ali permanecendo até 1966.  Em Pindamonhangaba, finalmente, encontraram um local calmo, sossegado e silencioso, onde o Noviciado pôde permanecer pode por mais de trinta anos. A casa, que no começo era pequena, aos poucos foi sendo ampliada e melhorada, chegando a abrigar mais de trinta noviços. Foram mestres de noviços neste período os padres: Francisco Alves, Carlos Eugênio Johner, João Batista Kiermeier, Luís Weiss, Luís Alonso, Artur Bonotti e Mário Bonotti.     

Com a saída de Pindamonhangaba, o Noviciado da agora Província de São Paulo passou novamente por um período peregrinação de transferências de cidades e sem permanecer muito tempo em um mesmo local. Com as reformas propostas pelo Concílio Vaticano II e, por conseguinte, a renovação das Constituições e Estatutos da Congregação, ocorreram também mudanças no campo da formação, dentre elas a realização do Noviciado imediatamente após os estudos de filosofia e não antes, como acontecia, mas esta é uma história para a próxima edição.
                                                                         Daniel Benedito A. dos Santos Siqueira

quinta-feira, 1 de março de 2012

RETIRO: UM ENCONTRO COM O REDENTOR


Do dia 09 ao dia 16 de janeiro, na Casa de Encontros da Pedrinha, nós, noviços deste ano de 2012, tivemos o retiro de abertura do Noviciado. O pregador foi o Pe. Ferdinando Mancílio, que atualmente trabalha no Santuário Nacional como vice-reitor, um genuíno Missionário Redentorista! É certo que, ao longo da nossa caminhada, já vivenciamos diversos retiros, sob inúmeros aspectos, mas este foi um momento especial, pois nos apresentou esta nova dinâmica que viveremos: o Noviciado, uma nova casa, novos companheiros no caminho. Foram oito dias vividos com muita intensidade, revendo os anos anteriores e preparando nosso coração para as muitas surpresas de Deus que virão em nós.

Pe. Ferdinando, conduzindo o retiro, levou-nos à fonte da Espiritualidade Redentorista, às raízes que sustentam nossa vocação. O ponto forte destes dias foi rezar a construção que fazemos de um relacionamento íntimo com Deus e seu povo, um relacionar que transforma profundamente nosso agir. Ficou claro para o nosso grupo que não vivemos mais uma das etapas da formação, mas sim a etapa que é central nesta preparação para a Vida Religiosa, vida esta que não será construída sem uma base forte. Por isso, começamos a olhar o coração do ser redentorista e perceber que Jesus deve ocupar o centro deste ser e conviver, como já diz a Constituição 23: “Chamados a continuar a presença de Cristo e sua missão de redenção no mundo, escolhem os Redentoristas a pessoa de Cristo como centro de suas vidas.”

Sendo assim, acredito que viver estes dias de retiro foi, dentro do silêncio proposto, encontro com o Redentor de nossa história, convidando-nos a sermos Redentoristas, missão que começa no nosso peito e alcança horizontes sem medidas.

Agradecemos ao Pe. Ferdinando, que nos possibilitou crescer ainda mais neste caminho. Que Deus o abençoe! E continue iluminando nossos passos! Subimos a montanha e rezamos, agora, com as mãos aos céus e pés no chão, continuamos nossa caminhada rumo ao ser Redentorista, “fortes na fé, alegres na esperança, fervorosos na caridade, inflamados no zelo, humildes e sempre dados à oração.” (Const. 20)
                                                      Ederson Rodrigo Andrade